quinta-feira, 10 de julho de 2008

Blog

Este blog é fruto da Pesquisa de Mestrado realizada no Departamento de Letras Modernas, Programa de Pós-Graduação em Estudos Língüísticos e Literários em Inglês da Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Título da Pesquisa
Compartilhando e Construindo Conhecimento: Ação Mediada entre Crianças e Adolescentes no desenvolvimento de Blog Pedagógico-Literário em uma Biblioteca Pública da Cidade de São Paulo
Mestranda
Cláudia Colla de Amorim
claamorim@uol.com.br

Orientador
Prof. Dr. Leland E. McCleary

Agosto de 2008

Endereço do Blog

O blog das crianças e jovens da Biblioteca Belmonte está hospedado em:
Imagens:

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Transcrição 29



Cláudia: Oi, K.
K: Oi Cláudia.
Cláudia: Eu queria que você contasse um pouquinho como você vê o trabalho no blog.
K: Ah, eu vejo o trabalho no blog como inovador, criativo, muito interessante.
Cláudia: O que que você mais gosta daqui?
K: Eu gosto de todo dia ter um desafio.

Transcrição 28



Cláudia: Vinte e nove de setembro. E vocês primeiro vão me contar como é que foi o encontro do dia vinte e dois. O que vocês fizeram.
A: Eu pesquisei livros pra rádio novela da K, enquanto a R postava. E depois quanto eu cheguei estavam procurando como era, né? Como que se fazia a rádio novela.
K: Mas assim, a rádio novela não é minha.
A: É...de todos.
K: Qual a proposta que eu fiz pra vocês?
Cláudia: O que que a K propôs? A Y não tava, tava?
A: Não.
Cláudia: CM tava. Então CM sabe. Ajuda aí, CM. Ajuda aí.
A: Ajuda aí, CM. Você não falou quase nada na entrevista.
Cláudia: Senão a Y vai cair de pára-quedas aqui, não vai ter a menor idéia do que a gente tá falando. Não é verdade, CM? A K trouxe uma proposta porque a K agora vai tomar conta aqui de vocês. Certo? K e CM. E ela trouxe uma proposta muito legal de rádio novela. Então, quem pode contar pra Y e pra mim o que que é essa história de rádio novela.
Y: Vai A.
A: Porque que o CM também precisa falar.
Cláudia: Começa, aquece, que aí o CM se anima, e aí, você vai ver. Daqui a pouco ele tá em cima da mesa contando e aí falando assim, né, CM?
K ri.
Cláudia: Começa você. Qual foi a proposta. A K chegou aqui e falou o que?
A: Ela falou que tinha uma proposta nova. Que ia dar, ia querer que a gente vesse se dava pra fazer uma radio novela aqui pra biblioteca. E o que é uma rádio novela? Você sabe o que é uma rádio novela?
A: É que naquele tempo que não tinha televisão, eles faziam seriados, é, numa rádio, falando sobre uma rádio, numa rádio.
Cláudia: Eram novelas, na rádio.
A: É.
Cláudia: Você ouvia, você não falava, não via, né?
A: É.
Cláudia: É isso?
A: É.
Cláudia: E como assim, agora vamos virar ator? É isso?
A: Hã?
Cláudia: A gente vai virar ator?
A: Não, a gente também pode chamar as pessoas das escolas.
Cláudia: Hã.
A: Pra vir apresentar ou o pessoal aqui da biblioteca, o professor de violão pra fazer a música de fundo, pra falar sobre um pouco, em meia horinha.
Cláudia: Entendi.
Y: Da hora.
Cláudia: Da hora, né? Super da hora, né?
K: É.
Cláudia: Até porque agora, gente, o blog, a cada dia que passa, ele tem mais recursos. Então, por exemplo, um recurso que tem agora é vídeo. Você consegue colocar do blog, de dentro lá do servidor, do blogger, você consegue colocar vídeo.
Y: Eu não consigo não.
Cláudia: Por que você não consegue?
Y: Eu já tentei, eu não consigo.
Cláudia: Mas você precisa ter um vídeo gravado. Você tem um vídeo gravado pra colocar lá?
Y: Não, eu pego do Orkut.Cláudia: Não, não é isso. Não. Então hoje, o que que nós vamos fazer? O que nós temos de trabalho, quem vai fazer o que? Y: Eu posso procurar coisas sobre cultura popular e no próximo encontro eu passo pra R.
A: E eu posso procurar sobre a rádio novela.
K: É a gente tem que saber isso da rádio novela.
Cláudia: Então vamos lá. Então vamos nos dividir.

Transcrição 27

Cláudia: CM, por que que você vem na biblioteca?
CM: Porque eu gosto de ler.
Cláudia: Você sempre gostou de ler?
CM: Sempre gostei.
Cláudia: Você sempre veio na biblioteca?
CM: Sempre.
Cláudia: Onde você ia quando você era pequeno e não vinha na biblioteca? Você lia o que?
CM: Eu lia em casa porque os meus irmãos, hoje ele tá com 25 anos, ele vinha sempre pegar livro na biblioteca.
Cláudia: Ah.
CM: Aí eu acostumei né, ler e depois ...
Cláudia: Teu irmão te incentivou? Quem te incentivou a ler assim?
CM: Incentivo, incentivo eu nunca tive muito.
Cláudia: Não, CM, por quê?
CM: Ah, sei lá, meus pais não incentiva muito assim a ler.
Cláudia: Não?
CM: Não.
Cláudia: O que que eles incentivam? O que os seus pais querem que você faça? Quais os planos dos seus pais pra você?
CM: Estudar e ter um bom trabalho.
Cláudia: Estudar e ter um bom trabalho.
CM: Mas é assim, eles não incentivam, eles dizem que é bom ler porque ajuda na escrita e até pra ler mais.
Cláudia: Sim.
CM: Mas eles não incentivam assim, falam pra mim (sic) vir na biblioteca, nem ...
Cláudia: Os seus pais, eles querem que você faça uma faculdade? Eles têm este desejo?
CM: Acho que não. Eles preferem um curso.
Cláudia: Um curso?
CM: Eles sempre disseram que faculdade demora muito.
Cláudia: E o que você acha disso? CM: Eu acho que demora um tempo certo assim pra gente aprender tudo que precisa. Mas, que precisa de um emprego primeiro pra...
Cláudia: CM, você acha que a gente aprende tudo que a gente precisa?
CM: Tudo não, mas pelo menos o básico que a gente vai precisar aprender.
Cláudia: A gente tá sempre aprendendo, viu CM, tá? Não vai ser a faculdade que vai te ensinar tudo que você precisa. A faculdade vai te abrir um caminho. Um curso vai te abrir um caminho. A gente tá sempre aprendendo, tá? Tenha isso em mente. Tudo não existe. Tá?
CM balança a cabeça positivamente.
Cláudia: E você veio parar no blog também por causa do programa de leitura?
CM: Foi.
Cláudia: E você, você foi convidado ou você foi atrás e falou: Ah, eu quero participar desse blog!
CM: Eu fui convidado.
Cláudia: Você foi convidado.
CM: É porque é assim, eu tô sempre aqui na biblioteca, os funcionários me conhecem, e aí eles me chamaram.
Cláudia: Você já faz parte da mobília.
CM sorri.
Cláudia: Oh, CM, o que você aprendeu ai nesse ano que a gente tá, onze meses trabalhando junto?
CM: Ah, eu aprendi o que era um blog, como que cria um blog, tudo sobre blog. Tudo não. (sorri)
Cláudia: Muita coisa, né?
CM: Muita coisa sobre blog.
Cláudia: E muita coisa você tá fuçando sozinho, né?
CM: É.
Cláudia: Você sabia que eu aprendi um monte de coisa de blog com você? Com as suas perguntas? Você vem e pergunta e eu penso. Então não é só você que tá aprendendo, né?
CM balança a cabeça positivamente.
Cláudia: E você acha que você vai usar alguma coisa disso na sua vida?
CM: Eu acho que eu vou usar isso pra sempre.
Cláudia: Por quê?
CM: Ah, porque a gente sempre precisa assim da Internet, blogs, sites.
Cláudia: E na sua escola quando você, você terminou o ano passado, né?
CM: É.
Cláudia: Tinha computador?
CM: Tinha uma sala de computador, mas o pessoal da escola não usava, os alunos.
Cláudia: Por que não?
CM: Ah, não sei. De vez em quando tava quebrado, a escola era assaltada.
Cláudia: Cada escola tem, não é só a sua, tá? A do A também era. Ele me contou esse caso, eu fiquei horrorizada hoje. Tem uma sala de computador fechada. Era isso?
CM: É.
Cláudia: E os alunos não questionavam isso?
CM: Não.
Cláudia: Não.
CM: Eu fui lá uma vez na quinta série. Depois nunca mais fui.
Cláudia: E você acha que, você acha que as crianças e os jovens podem aprender mais com o computador? Dentro da escola,
CM: Acho que aprende mais.
Cláudia: Vamos pegar assim, português, né? O que você acha que um professor de português pode fazer pra que o aluno aprenda mais? No computador.
CM: Ah, tem textos, tem... até digitação que é bom pra escrita.
Cláudia: Oh CM, por que você acha que os jovens, as crianças, eles, assim, eles usam o computador e mexem e fuçam, que nem você que faz, faz teu blog e tal. E quando chega na hora da escola, por que que eles não querem saber de fazer lição de casa? Agora, se deixar, se colocar um computador na frente do jovem, ele passa a noite no computador. Por que que será que acontece isso?
CM: É porque no computador ele vai procurar o que interessa pra ele. Mesmo como leitura, ele vai procurar uma coisa que interessa pra ele.
Cláudia: Por que que as coisas da escola nunca interessam?
CM: Ah, eu não sei.
Cláudia: Você acha que tem, tem jeito de um dia a gente mudar isso?
CM: Acho que tem.
Cláudia: Que... Qual seria o jeito?
CM: Ah, fazendo uma coisa assim, que os alunos gostem, uma coisa diferente.
Cláudia: E você acha que o computador pode ajudar?
CM: Pode.
Cláudia: Como?
CM: É, com os vários programas que tem, é... até pra digitar mesmo. Que muitas crianças têm até preguiça de escrever, o computador é melhor.
Cláudia: Sei, certo. Você já reparou que assim, você bota um computador na mão de uma criança, de um jovem, ele fuça, faz, escreve, lê, procura, pesquisa. E ai, você manda fazer uma coisa na escola, não rola. Tem uma coisa errada ai, né? Nesse caminho. Vamos descobrir no futuro.
CM balança a cabeça positivamente.

Transcrição 26

Cláudia: Faz tempo que você vem na biblioteca?
Y: Faz.
Cláudia: Quantos anos você tinha, você lembra?
Y: Uhuh. Acho que uns dez.
Cláudia: Porque a sua mãe, eu sempre converso muito com a sua mãe, né,? E a sua mãe, assim, ela incentiva muito que você venha aqui, né?
Y: (balançando a cabeça positivamente e sorrindo) Ela incentiva.
Cláudia: Ela incentiva, né? Como que você veio parar no blog?
Y: Foi assim, eu fiz o programa de leitura nas férias, me chamaram.
Cláudia: Ah, te chamaram?
Cláudia: E o que que você aprendeu nesse quase um ano que a gente tá junto?
Y: A postar, até a Cláudia fez um e-mail pra mim (sorrindo), a mexer no e-mail.
Cláudia: É verdade, você não tinha e-mail, né?
Y: Não tinha, a Cláudia fez pra mim. Eu aprendi...
Cláudia: A Cláudia você quer dizer, eu, né?
Y: É, você.
Cláudia: Ah, tá bom. Você pode falar, você fez.
Y: Ai, eu também eu aprendi a email, a entrar no blog que antes eu não sabia, a entrar na internet que eu também não sabia. Aprendi um monte de coisa (sorrindo).
Cláudia: Verdade, você... Y, você aprendeu muita coisa.
Y: Aprendi.
Cláudia: Eu pego as minhas filmagens lá do começo, e hoje... é outra menina. Totalmente diferente, né?. É muito legal. E você acha que alguma coisa que você aprendeu aqui você vai usar na sua vida?
Y: Acho. Porque alguma vez eu posso, sei lá, trabalhar num escritório, alguma coisa eu preciso. Mexer em internet, aprender a entrar nas coisas, eu não poderia saber, mas como eu tô no blog, agora eu posso saber.
Cláudia: Você pode saber, né?
Y balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Você está mais craque de se virar né, sozinha na Internet?
Y: Tô. Igual eu fiz o blog com a minha professora de matemática. Ela não sabia nada, eu fui ajudando ela. Cláudia: Conta um pouco disso. Como que foi essa história de fazer você e a sua professora ... como que surgiu essa...
Y: Assim, ela deixa a gente uma hora na Internet. Aí a gente vai. Aí eu fui no blog. E aí eu, nossa, ela...Eu também quero fazer um desse pra mim. Pra mostrar a gente, né? Do blog de matemática. Aí eu ah, então, vamu, né? Só que aí não tem mais gente que tá interessado.
Cláudia: Vocês fizeram um blog, você e ela?
Y: Eu e ela. Aí, o que que aconteceu. Ela... ela tá se interessando, mas tem lá uma menina lá, que ela prefere ficar brincando na Internet do que ver um blog. Então lá na minha escola não tá tendo internet, não tá dando pra gente ver mais o blog.
Cláudia: Então, me conta isso, você está numa escola e tem computador então na tua escola, pelo que você tá falando.
Y: Tem computador, só que é só pra...
Cláudia: Quantos tem, você sabe?
Y: (contando nos dedos) Uns sete.
Cláudia: Sei. E os alunos podem usar, então?
Y: Quinta série e sexta não. Já primeiro grau, oitava série, sétima pode.
Cláudia: Mas você já tá na quinta.
Y: Eu tô, só que às vezes a gente vai no reforço e reforço é informática, nos computadores. Cláudia: Ah, é uma aula.
Y: É.
Cláudia: Então o que eu digo é assim, pode usar, quer dizer, os professores usam com vocês? Y: Usam.
Cláudia: O que eles fazem, o que você faz lá?
Y: Ela... é um reforço de matemática , ai a gente vai aprendendo matemática com os números em ação. Ai a gente faz a matemática lá, e ai como...
Cláudia: É um programa?
Y: Não é um programa, é um letramento. Letramento. Ai ela passa pra gente e a gente vai fazendo.
Cláudia: E é legal?
Y: É.
Cláudia: Vocês gostam? Os alunos gostam?
Y: A gente gosta, mas às vezes a gente se perde na matemática.

Transcrição 25



Cláudia: Então, eu tô conversando com vocês individualmente pra entender um pouquinho pro que você tá aqui. Então me diz, por que você normalmente vem na biblioteca?
R: Desde pequenininha minha mãe sempre me falou assim, é, sempre me quis pra ler livro. Sempre comprava livro. Eu gosto muito de ler. Na biblioteca a gente aprende mais coisa do que fora. Na biblioteca a gente tem oportunidade, a gente tem oportunidades. Se a gente ficar fora a gente pode ser viciado, a gente pode beber, a gente pode fazer um monte de coisa. Então na biblioteca além da gente aprender a gente pode conhecer mais pessoas e ficar sabendo dos livros bons, livros que são bons mesmo (inaudível).
Cláudia: Você foi convidada pra vir pro blog ou você falou: olha eu fiquei sabendo de um blog, como é que foi?
R: Não, eu fiquei sabendo do programa de leitura, eu gostei da idéia, quis participar, e eu fui convidada pra fazer o blog, me convidaram pra fazer, eu achei que era importante, que era difícil encontrar um blog de cultura popular, de literatura, então eu falei: é uma boa idéia, é uma coisa que eu acho que eu posso incentivar outras pessoas.
Cláudia: Você se dedica bastante, né?
R: É.
Cláudia: E o que você aprendeu nesse quase um ano que a gente tá junto. Porque a gente começou em fim de setembro.
R: Eu aprendi a respeitar os valores das coisas, a respeitar as pessoas, as diferenças dela. Eu aprendi a fazer coisas que eu não sabia no computador. Aprendi bastante coisa aqui.
Cláudia: E você acha que você aprende rápido as coisas de computador?
R: (sorrindo) Aprendo porque eu tenho uma grande influência da minha mãe.
Cláudia: Por quê?
R: Porque a minha mãe, ela sempre trabalhou em banco e em banco você tem que mexer no computador, coisa eletrônica. Então a minha mãe sempre incentivou de mexer no computador. Eu tenho aqueles, eu tinha aqueles computadorzinhos de brinquedo. Então eu aprendi rápido a mexer no computador, a mexer em imagens, essas coisas.
Cláudia: E você tem computador em casa?
R: Não, a minha mãe tá querendo comprar.
Cláudia: E onde você usa o computador?
R: Eu uso ou aqui na biblioteca ou na Lan House ou ali no Poupatempo.
Cláudia: Ah, no Poupatempo?
R: É.
Cláudia: E você vai na Lan House também?
R: Vou, mas só quando eu tenho trabalho pra fazer. Porque no Poupatempo é pouco tempo.
Cláudia: No Poupatempo é de graça, né?
R: É de graça.
Cláudia: E na Lan House quanto custa, você sabe?
R: Um e cinqüenta.
Cláudia: Uma hora?
R: Uma hora.
Cláudia: E o computador é bom na Lan House?
R: É, não é bem uma Lan House, é uma escola de computação, mas eles também têm, eles abrem a vaga pra Internet.
Cláudia: R, e você acha que você, você disse que aprendeu um monte de coisas aqui, sejam coisas de computador, ou coisas de literatura, ou coisas de vida, né? De ser humano, né? Eu fiquei impressionada com o que você falou aqui. É isso mesmo, você aprendeu isso tudo. E você acha que você vai usar alguma coisa disso na sua vida?
R: Vou porque antes eu achava que podia mandar em todo mundo. Porque quando a gente vira uma pessoa mais, mais conhecida na escola, todo mundo faz tudo que você pede, então eu me acostumei com isso.
Cláudia: Uma líder, né?
R: É. Eu não era assim. Foi depois que eu virei amiga de algumas pessoas eu fiquei assim, daí eu parei pra pensar porque as minhas melhores amigas, aquelas verdadeiras amigas eu briguei por elas. Depois das férias eu fiquei pensando, pô, eu briguei com as minhas amigas só pra ser popular, como se dizem...
Cláudia: E de computador, o que você aprendeu?
R: (sorrindo) Eu aprendi a fazer blog, que eu não sabia fazer. Eu aprendi a inserir imagens. Eu sabia fazer aquela coisa simples de Orkut, mas não fazer com imagens como no blog.
Cláudia: E isso, você acha que essas coisas de tecnologia, de computação, você vai usar alguma coisa na sua vida?
R: Vou, porque tudo que a gente aprende a gente usa no futuro. Então eu acho que eu vou usar sim.
Cláudia: Legal. E... deixo pensar mais um pouquinho. Por que você disse que você... eu percebi que você ficou um pouco assustada quando eu disse que cada um ia ser responsável por um blog? Por quê? Não entendi.
R: Eu fiquei um pouco... é que, assim... eu... minha mãe fala e eu não concordo. Eu não sou responsável. Eu acho que eu sou uma pessoa...
Cláudia: Verdade? Nossa, eu não concordo com você.
R: Eu acho que pra poder observar um blog... eu acho que eu não seria a melhor pessoa pra fazer isso.
Cláudia: Mas quando a gente... eu não concordo com você, tá? Eu não concordo. Tenho esse direito, né?
R: Claro.
Cláudia: Mas se você acha isso de você, você vai sentar e dizer: eu não responsável e ponto final?
R: (hesitando) Não.
Cláudia: E o que que você pode fazer pra mudar isso?
R: Eu acho que a gente tem que tentar, eu já tentei fazer um blog, eu já tentei, mas eu não tenho aquele tempo pra poder postar, pra poder fazer link. Eu tenho o tempo aqui na biblioteca porque eu me dedico a isso e eu gosto, né? Mas não tempo livre, porque eu sempre, as vezes o professor manda trabalho, não dá, porque tem que fazer trabalho em grupo, tem que ir pra casa da amiga.
Cláudia: Você está misturando. Isso não tem nada a ver com responsabilidade.
R: Tudo bem, mas eu deixo de ser responsável no blog que eu vou observar, que eu vou ver, então eu..
Cláudia: Eu acho que você deveria se colocar isso como desafio. Você é responsável, sim. Quando a gente fica dizendo isso com a gente mesmo. Ah, eu não sou responsável.
R: Acho que eu sou.
Cláudia: Você é sim. Responsabilidade a gente consegue, a gente... Mas tá bom.
R: Eu vou tentar.
Cláudia: Pensa essa semana, tá?
R: Eu vou pensar.
Cláudia: Na sua escola tem computador?
R: Tem.
Cláudia: Tem um laboratório de informática?
R: Tem.
Cláudia: É, quantos micros tem, você sabe, assim, mais ou menos?
R: Ah, deve ter uns quinze, mais ou menos.
Cláudia: E vocês usam?
R: Usamos.
Cláudia: O que você faz no computador na escola?
R: Com meu professor antigo, a gente.. ele... como que eu posso dizer, ele... ele... em épocas de dia dos pais, ele dava trabalho.
Cláudia: Que trabalhos? Que você faz? Me conta um trabalho.
R: Ele dava... ele pegava um texto pra gente digitar, pra gente, porque e ele dava jogos, pra gente jogar. Ele tinha jogos próprios. Podia entrar na Internet, Orkut, essas coisas.
Cláudia: Mas tem Internet?
R: Tem. Às vezes um ou dois computadores as vezes estão quebrados.
Cláudia: Você acha que as coisas que você faz lá .. vocês trabalham em pares, ou é, ou é..?
R: Às vezes é dupla ou trio. Mas o meu professor antigo saiu. E agora é uma professora do outro colégio do dono. Então ela tá dando mais trabalho. A gente vai começar, a gente tá mexendo na mala direta. A gente tá... tem gente que ainda não sabe mexer no Windows, né? Então a gente tá aprendendo a mexer no computador.
Cláudia: Você acha que as coisas que você faz na sua escola, elas, elas são, elas são divertidas? No computador!
R: (pensativa) No computador?
Cláudia: São criativas?
R: Pode dizer que são criativas, sim.
Cláudia: Os alunos gostam?
R: (sorrindo) Nem todos. Tem todos que preferem MSN, Orkut, jogar. Mas eu acho que a gente vai pra escola, não pra jogar computador. Se você quer jogar, pede pro seu pai comprar computador. Eu acho que a gente vai na escola pra aprender.
Cláudia: E você acha que não se aprende com jogo?
R fica pensativa.
Cláudia: Dá pra aprender alguma coisa com jogo?
R: Depende do jogo. Se for um jogo violento, você vai aprender a ser violento. Se for um jogo educativo você vai aprender a ser... não ser educado, mas a ser , você vai ser educado em mente, mas não por pessoa, talvez até seja, mas você... é um jogo que você pode refletir a mente, eu acho.
Cláudia: Sei, e você acha que teria algum jogo assim?
R fica pensativa.
Cláudia: Existiria a possibilidade de ter um jogo que te ajude a aprender? Dentro da escola? Pra ser usado na escola?
R: (com segurança) Tem.
Cláudia: Tem, né?
R: Bastante jogos.
Cláudia: E você acha que os professores podiam fazer um uso mais criativo do computador na escola?
R: Eu acho que .. (hesitando), é eu acho que não porque a minha professora de informática é mais rígida, ela quer.. ela usa apostila que o Objetivo dá, então eu acho que ela quer ensinar pra gente, claro que todos querem ensinar pra gente, então, acho que ser criativa ela seria, mas não no sentido de, pra brincar, seria criativa pra trabalhar.
Cláudia: Com certeza, pra trabalhar, tem que aprender.
R: É claro.
Cláudia: Até brincando.
R: Até brincando, ela ... (inaudível)
Cláudia: Se aprende muito brincando, sabia?
R balança a cabeça positivamente.
Cláudia: O R, e alguém com blog na escola? Algum professor que trabalha com blog?
R: (hesitando) Se não me engano... eu não sei direito, como que é, se algum professor tem, mas se eu não me engano, acho que nenhum tem.
Cláudia: E você acha que dá pra usar na escola, você imagina, por exemplo, matemática, ciências, algum professor trabalhando com blog com os alunos, como a gente faz aqui?
R fica pensativa.
Cláudia: Por exemplo, isso que a gente faz aqui, você acha que dá pra fazer na escola.
R: Não.
Cláudia: Por quê não?
R: Até daria, mas é uma coisa mais difícil de você ter que explicar, daí ficaria uma coisa muito, muito cientificamente correto. Acho que o blog é, a gente tem que ser correto, mas não cientificamente correto. Tem que ser uma coisa que as pessoas entendam, que não que elas fiquem com dúvida, pra justamente a gente, o blog, a gente aprende e a gente tira dúvidas, a gente...
Cláudia: Na escola não dá pra fazer isso?
R: Sim, dá, mas fica difícil.
Cláudia: Por quê?
R: Não sei.
Cláudia: Por exemplo, a professora de português, você acha que ela podia montar um blog e...
R: Eu acho...
Cláudia: E os alunos irem lá postar.
R: Eu acho. A professora de português eu acho, a professora de inglês.

Transcrição 24



Cláudia: Conta um pouquinho pra mim, A. Por que você vem na Biblioteca?
A: Eu venho porque eu gosto de ler, gosto muito de imaginar, né, nos livros, de sonhar, e gosto de... ler.
Cláudia: Gosta de ler. E... por que você tá aqui, no blog?
A: Porque me chamaram e eu queria fazer parte de uma nova... de um novo mundo que eu não conhecia, pra aprender novas coisas.
Cláudia: Sei. E por que te chamaram? Te explicaram por que te chamaram?
A: Me explicaram que eu ia fazer um trabalho com uma... esqueci o nome. Que eu ia fazer um trabalho no blog com uma professora da USP que ela estava fazendo um trabalho científico.
Cláudia: Sei. E você ficou... o que você achou?
A: Eu achei muito legal porque eu ia tá conhecendo um novo mundo que eu não sabia.
Cláudia: E o que você achava antes?
A: Do que?
Cláudia: E o que você achava antes você ainda acha hoje?
A: Do que?
Cláudia: Disso que você acabou de me falar. Isso é o que você achava antes de começar o blog, não é?
A: Uhuh.
Cláudia: E aí, o que você acha hoje? Qual que é a sua idéia hoje?
A: Agora, eu não imaginava que era assim tão legal.
Cláudia: E o que você aprendeu?
A: Aprendi muitas coisas. Aprendi a por imagens, a escrever textos, resumos, aprendi, conversei, aprendi com autores famosos.
Cláudia: É verdade. E me conta uma coisa. Você acha que você vai poder usar alguma coisa disso na sua vida?
A: (balançando a cabeça positivamente) Acho. Vou.
Cláudia: Me dá um exemplo? Onde?
A: No Senai, que eu quero ir pra lá, na USP.
Cláudia: Você quer ir onde?
A: Eu quero participar do Senai.
Cláudia: O que que é o Senai, me conta e o que você quer fazer lá?
A: É uma escola profissionalizante, e eu quero fazer robótica, na área de, na área de tecnologia, robótica. Quero fazer a USP.
Cláudia: Como a sua irmã, né?
A: (balançando a cabeça positivamente) E quero fazer um curso no exterior, no Japão.
Cláudia: No Japão? Sobre o que?A: Robótica, porque lá é o maior centro empresarial de robótica que tem no mundo inteiro.
Cláudia: Legal. E você acha que essas idéias que você acabou de me contar aí, agora, elas já existiam na sua cabeça?
A: Já, já.
Cláudia: Antes do blog?
A: (sorrindo) Já. Só a de robótica. Agora, da USP eu peguei a mania com a minha irmã e com o meu primo.
Cláudia: E os seus professores, eles sabem que você vem aqui na biblioteca e faz este trabalho?
A: Sabem, alguns sabem. Não todos, alguns sabem. A diretora já me chamou duas vezes pra falar.
Cláudia: Pra que?
A: Pra falar de quando a gente recebe o diploma, que a Ana manda sempre um comunicado.
Cláudia: É, um convite, né?
Cláudia: E eles se interessam pelo que você faz aqui?
A: Alguns sim, outros não.
Cláudia: Tá. Me conta um pouco sobre um professor que se interessa. O que ele pergunta?
A: Ele pergunta como é que eu fiz pra parar aqui. Como é, como era a biblioteca, porque eles nunca vieram. Esses tipos, assim.
Cláudia: Tem computador na sua escola?
A: Tem. Só dezoito. Só que ainda não abriram a sala de computação.
Cláudia: Peraí, tem uma sala, com dezoito computadores.
A: É, só que ai o Santander deu mais três. Ficou com vinte e um.
Cláudia: Tá. Que tão todos fechados.
A: É.
Cláudia: Por quê?
A: Porque num...já roubaram umas bolinhas dos mouses quando uma sala entrou, e é porque é pouco computador pra quarenta alunos.
Cláudia: Como assim? É pouco computador? Dezoito computadores?
A: Vinte e um.
Cláudia: Vinte e um computadores é pouco?
A: Vinte e um pra Quarenta e dois alunos.
Cláudia: Você acha pouco?
A: (balançando a cabeça positivamente) É. Aí eles acham pouco e não vale a pena.
Cláudia: E você acha o que?
A: Eu acho que até dava pra ir de dupla.
Cláudia: Quantos computadores nós temos aqui?
A: Dois.
Cláudia: E às vezes?
A: Três.
Cláudia: E às vezes?
A: Um.
Cláudia: E quantos nós somos teoricamente?
A: Dez. Eles acham pouco, mas eu acho que de dupla dava.
Cláudia: E você nunca falou isso na sua escola?
A: Não.
Cláudia: Então, deixo entender uma coisa. Tem, oh, vinte e um computadores fechados em uma sala, e ninguém usa.

A: Ninguém. Só os professores.
Cláudia: E o que você acha disso?
A: Eu acho muita injustiça.
Cláudia: Absurdo, não é?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: E o que você acha que podia fazer na sua escola com o computador?
A: Podia liberar o computador, é, pra cada sala, podia, pra cada sala, pra cada turma. Em cada mês cada sala usar um dia.
Cláudia: Você acha que, é, blog pode ajudar um aluno a aprender alguma coisa?
A: Pode. Pode.
Cláudia: O que, por exemplo? Cuidado aqui. O que?
A: Pode aprender a mexer no computador, tem muitos que não sabem.
Cláudia: Só isso?
A: Não. Pode abrir a imaginação de alguns, despertar curiosidades sobre blog, sobre a leitura.
Cláudia: Por exemplo, leitura, né? Numa aula de português, como você acha que um professor, faz de conta que você é um professor da sua escola, e ai você pensa, ah vou ter uma idéia, vou criar um blog com a minha turma, e tal. Você acha que... o que ele pode fazer com um blog na aula de português?
A: Ele pode dar textos pras crianças fazerem resumos. Ele fazer uma parceria com a professora de leitura.
Cláudia: Ah, tem uma professora de português e uma de leitura?
A: (balançando a cabeça positivamente) É.
Cláudia: Tá. E um professor de matemática, o que será que ele pode fazer com um blog?
A: Um blog de matemática, explicando pra gente. Tipo, tem muitos alunos, eu, numa prova eu tirei quatro e meio em matemática por causa que ele não tinha explicado direito, eu não entendi.
Cláudia: Mas, mas o que você sugeriu é que ele fizesse um blog, ele professor. Mas o que o aluno pode fazer? A primeira sugestão que você deu, quem faz é o aluno, certo?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: O aluno faz o texto, é o que a gente faz aqui, né?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Quem que faz, eu ou vocês?
A: A gente.
Cláudia: Vocês. Eu tô aqui só de bico, né?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Nessa segunda opção que você deu, quem faz é o professor.
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Como que o aluno pode fazer alguma coisa, como podia ser um blog de matemática?
A: De matemática? Tipo, o professor ele pegasse e dasse matéria em dupla no computador, e mandasse a gente fazer, já deixasse uma aula pronta.
Cláudia: Sei.
A: Dentro do computador. E aí a gente ia ter que resolver dentro do computador, sem poder usar a calculadora.Cláudia: Ah, sei, no blog isso.
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Isso podia ser um blog, não podia?
A: Podia.
Cláudia: Ele escrevia um post, né?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: E vocês punham a resposta com um comentário?
A balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Que legal!
A sorri.
Cláudia: Gostei da sua idéia.
Cláudia: Você gosta de vir aqui no blog?
A: (sorrindo) Gosto.
Cláudia: E o que você acha da idéia agora de vocês trabalharem mais sozinhos?
A: É legal. É uma responsabilidade a mais. Só que é legal.
Cláudia: Você acha legal. E você acha que vocês vão dar conta?
A: Eu acho que dá pra dar conta.Cláudia: Com certeza.

Transcrição 23


Cláudia: Minha pesquisa tá no finalzinho, tá, e eu tô querendo provar, tô estudando como é que vocês aprendem.
A: Rapidinho.
Cláudia: Rapidinho? Como assim?
A: É só explicar que a gente pega. É fácil, a gente acha fácil, a gente tá na idade de aprender mais rápido...
Cláudia: Hã, mas vocês só aprendem quando eu explico?
A: Não, a gente fuça dentro de tudo e acha.
Cláudia: E você precisa de mim?
A: (hesitando) Não.
Cláudia: Não precisa, né?
A: As vezes sim, as vezes não.
Cláudia: Tem coisas que você dá conta de aprender sozinho?
A: É.
Cláudia: E aí, CM, o que você acha disso?
CL sorri.
Cláudia: Você consegue aprender, fazer coisas sem que eu esteja lá, eu, adulta?
CM: Consigo.
Cláudia: Consegue, né? O que você faz pra depois na tua casa, na tua casa não, aqui na biblioteca, sem a minha presença, como que você faz pra voltar no teu blog, que você fuça. Você montou um blog de música. Como você faz?
CM: Como assim?
Cláudia: Como você faz, você montou um blog, porque aí eu não tô. Como você faz quando você se depara com uma coisa que você não sabe fazer?
CM: Ah, eu tento fazer do jeito que eu acho que é. Quando eu não acerto eu faço de novo.
Cláudia: Legal.

Fase 3

Pesquisa - Fase 3
Possibilidades Futuras de uso de recursos adquiridos

A terceira etapa, ou possibilidades futuras de uso dos recursos, aconteceu durante os doze encontros que ocorreram entre agosto e novembro de 2007. Nesses encontros foi estabelecida uma tentativa de firmar a autonomia dos participantes como co-autores do blog, que já haviam adquirido conhecimento tecnológico coletivamente e que tinham condições técnicas para dar continuidade ao projeto de criação de blog somente com uma pequena assessoria técnica esporádica. Encontrei grandes dificuldades técnicas nesta etapa da pesquisa. Tivemos que interromper a pesquisa antes do prazo planejado por falta de computadores disponíveis.

Transcrição 22


Cláudia: O que vocês vão fazer, R?
R: Criar um blog. Entrar no blogger, no nosso e pedir pra criar um blog.
Cláudia: Então começa de novo porque a Y precisa aprender desde o começinho, vai. Vai explicando, A.
R: Deixa eu explicar?
Cláudia: A e R. Vai explicando pra Y. Como é que abre um blog novo.
R: Entra no blogger.
Cláudia: Entra no blogger.
Y balança a cabeça positivamente.
A: www ponto blogger ponto com ponto br.
R: É só ponto com, né?
Cláudia: O que? É só ponto com.
Y: (inaudível).
A: Barra start.
Cláudia: E aí?
R: Aí é www ponto blogger ponto com barra star, e aí você vai...
A: Start.
R: Start, seja o que for.
Cláudia: Hã?
R: Daí você vai abaixando um pouco e daí tá lá, crie um blog.
Cláudia: Mas pera um pouquinho, deixa fazer uma pergunta. Peraí, peraí, peraí. A gente vai fazer um blog dentro da nossa conta, porque a gente já tem uma conta no blogger, a gente já tem dois blogs lá, não tem?
R: É melhor fazer um fora?
Cláudia: Por quê? Porque é melhor fazer um fora?
R: Porque como já tem dois. Então fica muita coisa dentro de um blog só.
Cláudia: Não, não é dentro de um blog.
R: Não, eu sei.
Cláudia: É dentro de uma conta. Qual é a vantagem e a desvantagem de a gente... Qual é a vantagem da gente fazer dentro da nossa conta?
A: Não esquecer a senha.
R: Não esquece a senha.
Cláudia: A gente tem um login só e uma senha. Tá. E qual é a vantagem da gente criar uma outra.
R: A gente vai ter..
A: Várias pra esquecer a senha.
Cláudia: E isso é uma vantagem? A gente ter várias senhas pra esquecer é uma vantagem?
R ri e A faz sinal negativo com a cabeça.
A: Não.
Cláudia: Hã? Lembrem-se daquele meu medo que eu acho que um dia vou acordar e não vou lembrar de nenhuma senha da minha vida.
A: Por isso que eu digo, esconde atrás dos quadros.
Cláudia: Já imaginou? Que eu acho que vou esquecer todas?
R ri.
Cláudia: E aí? Nós vamos criar dentro da nossa conta ou vamos criar uma outra conta?
R: Melhor criar dentro.
Cláudia: O que vocês acham? É de vocês, eu só filmo aqui.
A: Quem levanta a mão quer dentro da conta.
Cláudia: Levanta a mão quem quer dentro da conta. Hands up!
A, R e Y levantam a mão.
A: O que?
Cláudia: Eu falo inglês, porque quando eu falo com aluno é assim, levanta a mão.
Cláudia: CM, você quer fora?
CM: Tanto faz. (e sorri)
Cláudia: Como tanto faz, CM. Pelo amor de Deus.
R: Faz assim, metade do braço. (e mostra meio braço levantado)
Cláudia: K.
K: CM, a senha. Não dentro.
Cláudia: Então, CM, voto vencido, voto vencido.

Transcrição 21



Cláudia: Agora o endereço, que é, como o nosso é jovensnabelmonte ponto blogspot, então precisa ser um...
A: Vai ser produtores...
R: Produções Belmonte.
Cláudia: Produções Belmonte? Acho que fica legal. Fica. Producoes, né?
R: Producoes.
Cláudia: Producoes.
A: Letra maiúscula. Letra Maiúscula.
Cláudia: Vamos ver se ele aceita, tá?
A: Tudo junto? producoesbelmonte? Ou da belmonte?
Cláudia: Não. Pôe só producoes belmonte. Agora, o que será que é esse verificar a disponibilidade?
R: Pra ver se...
A: Pra ver se é disponível.
Cláudia: E aí, vale a pena a gente clicar?
A: Esse endereço de blog está disponível.
Cláudia: E aí, topam, todo mundo topa?
R: Uhuh.
Cláudia: Bom nome?
Cláudia: Hã, mas a gente não pode escrever uma coisinha?
A: Pode.
Cláudia: Como que a gente faz?
A e R: Nós, Ana, CM, blã, blã, blã, blã, leitores da Biblioteca Belmonte decidimos fazer um blog de produções próprias e variadas.

Transcrição 20


Cláudia: A gente conseguiu uma coisa muito difícil, né A?
A: (fazendo sinal positivo com a cabeça) Isso aí.
Cláudia: O que a gente conseguiu fazer?
A: Conseguiu por imagens num local que não tinha.
Cláudia: Hã?
Cláudia: E aí, e como que foi o processo?
A: Foi muito difícil.
R: Tinha que por é... a gente ia em dois computadores e faz em zig zag zig zag pra por um CD em cada computador.Cláudia: É. E como que a gente descobriu fazer isso?
R: A gente foi em ajudas no blogger.
Cláudia: Hã?
A: É help.
R: Help que é inglês, né? E a gente foi lá e a gente viu como é que era.
Cláudia: Hã?
R: A gente teve uma idéia e fez o que podia ajudar a gente.
Cláudia: K? CM? Fala um pouquinho. O que que vocês, como que foi o processo?
K: Eu aprendi a achar o caminho. De colocar as fotos.
Cláudia: Hã? E porque que vocês estão com essa cara tão bonita? Vocês são bonitos. Mas porque que vocês tão com essa cara tão de ...
R: A gente tá feliz.
Cláudia: Por que R?
A: Porque nós conseguimos uma vitória nova..
Cláudia: Ah...
R: Mais uma vitória conquistada.
Cláudia: A gente tava achando que a gente ia volta pra casa sem nada postado, é isso?
A: É.
K: (inaudível) É um sentimento de...
R: De culpa.
K: De impotência.
Cláudia: De impotência.
R: De culpa.
Cláudia: De culpa?
R: É de culpa porque a gente não conseguiu fazer aquilo, né?
Cláudia: E é culpa nossa, culpa do computador, a culpa minha, a culpa era de quem?
A: Do computador.
R: Do computador.
Cláudia: Ah, do computador?
A: É, o computador também não tem culpa. É de, é de... é de, é de...
R: É do site.
A: Não. É de quem não reprogramou o computador.
Cláudia: Sei. E dá muita raiva isso?
A: Oh. Dá vontade de esganar quem não souber consertar.
Cláudia: E agora, as onze e meia da manhã, que sensação que a gente tem, CM?
A: Sensação de sono.
Cláudia: De que? De.. de que?
A: DE sono, É que ontem eu fui dormir...
Cláudia: Ah, de sono?
A: Eu fui dormir às onze horas da noite e acordei às seis horas da madrugada.
Cláudia: Mas além da sensação de frio e de sono, a sensação de ter conseguido é o que?
A: De vitória, paz e amor.
K e Cláudia: Nossa senhora.

Transcrição 19


Cláudia: Todo mundo ajuda. Em grupo, né? O blog não é do A. E muito menos meu. O blog não é meu. Mas o blog também não é de vocês. O blog é nosso. Tudo que a gente escreve, por exemplo, a postagem que você escreve da sua resenha, é sua, você escreveu. Você que tem direito à ela. O que a gente escreve junto, é do grupo. Se a gente decide escrever uma coisa junto, a gente tem que fazer e respeitar o que foi decido pelo grupo.
A e L fazem sinal positivo com a cabeça.
Cláudia: Eu não posso pegar o texto, que foi decidido no grupo, apagar e falar: eu não quero mais esse texto. Certo, meninas?

Transcrição 18


Cláudia: Vamos primeiro fazer um comentário? Então vamos lá. Em qual postagem vocês vão comentar?
A: Aquela lá que tá... (inaudível)
Cláudia: Então, vamos lá. Cadê?
S: Ta aí.
(inaudível)

S: Qual?
Cláudia: Desce um pouquinho pra a gente ver a que eles estão sentados na classe, é isso, essa ai? Então vai. E onde que tá o lugar de comentar? Aí, vamos lá.
S está navegando em um blog pedagógico de alunos que deixaram um comentário no blog da Biblioteca Belmonte.
S assina o comentário com o nome JovensnaBelmonte, que é o nome do grupo no provedor Blogger.
Cláudia: Agora, vamos pensar um pouquinho, o nome de vocês é Jovens na Belmonte?
S: Não.
Cláudia: Qual que é o nome de vocês, quem que está escrevendo esta postagem?
A: Cláudia Colla de Amorim.
Cláudia: Eu? Não to escrevendo não. Tô aqui só observando.
S: Eu também não tô escrevendo nada não.
Cláudia: O blog não é meu não. Só usam o meu nome. O blog não é meu, não. O blog é de vocês. Eu não tenho nada a ver com isso. Quem é que está sentado, escrevendo, pensando, quem é, quem são os autores?
A: S.
Cláudia: A S.
S: O A.
Cláudia: O A.
S: E a L.

Transcrição 17



Cláudia: Quanto, quantos links vocês já conseguiram hoje?
Y: A gente até agora um.
S: Dois.
Y: Dois?
Cláudia: Vocês dois?
S: Da Leonor Cordeiro e da Ruth Rocha agora. Tá aqui.
Y: Ah, é.
Cláudia: Tá. E a R. mais dois. Então já temos quatro pra colocar aqui.

Transcrição 16



Cláudia: Como que a gente pode solucionar este problema?
A: Postando, postando os novos blogs... os outros links.
Cláudia: Como assim?
A: Colocando de novo.
Cláudia: Colocando de novo.
M: (inaudível) Vai ter que postar de novo, né? Pra ficar...
Cláudia: Postar de novo. Mais idéias?
A: Tem que achar outros.
Cláudia: Mas a gente tem anotado aqueles todos?
M: Tem.
A: Eu e o M.
Cláudia: Eu sei, quem que tem?
A: Eu e o M.
Cláudia: Vocês anotaram?
M: Uhuh. (inaudível)
Cláudia: Vocês tem aí? Ótimo. Ótimo.
Cláudia: Vocês acham que vocês conseguem fazer aquele caminho de novo?
A: É o mesmo caminho?
Cláudia: Não, não. Pra descobrir.
Y: Vamos tentar.

Transcrição 15



Cláudia: Muito bem. Então qual foi o problema que a gente acabou de...
A: Os links sumiram.
Y: A mesma coisa eu coloquei.
Todos falando ao mesmo tempo. (inaudível)
Cláudia: Os textos? Peraí, vamos de... que textos que sumiram? Ai meu Deus do céu, para que senão eu... Os de setembro, assim. Mas os de setembro sumiram mesmo?
A: Não eles estão colocados naquela parte, é só clicar lá.
Y: Os links sumiram.
Cláudia: Os links sumiram.
Cláudia: Então deixo contar o que aconteceu. O Google comprou o Blogger, isso vocês já sabem. E eles mudaram e estão mudando a cada semana eles mudaram algumas coisas. Lembra que eu ensinei vocês a colocar links?R: E tá diferente.
Cláudia: E eu falei que era muito difícil e vocês falaram que não era difícil coisa nenhuma, e tal. Muito bem. Eles facilitaram ainda mais. E tá um negócio super fácil e super claro. Não tem que entrar naquela página que a gente entrava. Muito bem. Eu fui experimentar. Falei, ai, que legal. Deixo ver como é que funciona. Essa coisa dos links. Só que quando eu fui mexer.
R: Você apagou.
Cláudia: Eu apaguei sem perceber todos os links que vocês colocaram.
S põe a mão na testa desolada.
Cláudia: Não.
A: E o da Bibvirt que você colocou.
Cláudia: É que aí eu, eu experimentei com o da Bibvirt, que está ali, e que por acaso eu coloquei duas vezes também sem querer. Eu também tô aprendendo.

Transcrição 14



Cláudia: Hoje nós vamos ter que cuidar do nosso primeiro problema. Nós temos um problema sério pra resolver. Causado por mim.
K ri.
Cláudia: Sem querer. Super sem querer. Na hora, que eu percebi que a gente tem um problema, que a gente tinha um problema e que tem ainda, eu fiquei muito brava, porque a gente fica bravo quando a gente perde coisas no computador.
(inaudível)
K: (inaudível)
Cláudia: Fica brava. Alguém já perdeu coisa, oh, eu ouvi aqui a Y falando que já perdeu o hotmail. Você ficou brava?Y fez sinal positivo com a cabeça.
Cláudia: Você já perdeu alguma coisa no computador?
A faz sinal negativo com a cabeça.
Cláudia: Você já perdeu? Não? Não. Você já, né? Eu já perdi tudo do meu computador. Não é o que aconteceu agora, tá? Várias vezes. Então a minha primeira reação, foi assim, eu fiquei muito brava. Comigo. Porque quem causou o problema fui eu. Mas depois que eu fiquei brava, passou a braveza, aí eu achei ótimo, aí eu fiquei muito feliz.
R chega atrasada.
Cláudia: R. Olha só, vou começar de novo pra R entender. Nós estamos com um problema. Causado por mim. Nós perdemos algumas coisas no blog. Você já perdeu alguma coisa no computador?
R: Acho que não.
Cláudia: Nunca perdeu nada? Assim, de estar digitando e perder.
R: Às vezes eu perco porque eu fecho e sou muito burra, mas perder assim não.
Cláudia: Mas isso tem a ver com burrice?
R: Acho que não, mas...
Cláudia: Você está me chamando de burra?
Todos riem.
Cláudia: Você tá dizendo que eu fui burra essa semana, porque eu...
R: Não.
Cláudia: Ah, bom, eu tava passando mal. Não me acho burra, não, ninguém é burro. Bom, nós perdemos uma coisa. (olha no relógio) 9h35. Nós perdemos uma coisa que eu não vou ainda falar o que é porque vocês vão descobrir, e que na hora eu fiquei com muita raiva, de mim, não é de vocês, de mim, eu fiquei muito brava. Aí eu comecei a pensar e falei assim: gente, mas isso é muito bom. É muito bom acontecer isso. A gente precisa lidar com isso. Certo? Então a ficha de hoje vai ser assim (e dobra a ficha que havia sido entregue no início do encontro)
(inaudível)
Cláudia: Nós vamos usar...depois você devolve, tá, R? Nós vamos usar, por enquanto, assim.Não pode olhar o que tá aqui, tá bom? (indicando que não poderiam olhar na ficha que havia sido entregue). Se você olhar o que está aqui, você vai... você vai ter a resposta do que eu pergunto aqui, certo?

Transcrição 13



Cláudia: Inclusive eu queria colocar hoje o link da bibvirt na nossa seção de links.
A: Eu ponho, eu ponho.
Cláudia: Você põe? Tá? Naquela coisa difícil lá, depois alguém...
R: Não é difícil.
A: Ué, mas é fácil?
Cláudia: É que eu sou terrível. Eu fico falando que é difícil, e aí, ai vocês ficam falando que é fácil. (vira para a S que não esteve presente no encontro passado). É uma coisa que eu disse que é muito difícil de fazer. E eles acabaram comigo, S. Eles falaram que não é nada difícil, que é muito fácil. Não é?

Transcrição 12


Cláudia: Os rapazes experientes aqui vão ensinar vocês, como eu fiz.
A: Pra sentar?
Cláudia: Não, deixa elas sentarem., vai lá. R, eu vou tentar entrar ai. Oh, olha que legal, vem cá. Eles já colocaram um link.
A: Cronópios.
Cláudia: Oh, você viu? Já temos um link. Não é o máximo?
M: É.
Cláudia: É o máximo.
Y: A Cláudia fica toda feliz.
Cláudia: Eu fico super feliz, sabe por quê? Porque isso ai é muito difícil de fazer. Verdade.
A: Viu, foi a barra.
Cláudia: Verdade, é difícil.
A: Se a gente não coloca a barra...
Cláudia: A santa barra.
A: É porque eu vi todas as barras lá.
Cláudia: De tudo que a gente fez no blog até hoje...
A: Esse é o mais difícil.
Cláudia: O mais difícil que tem, que mais nos confunde, é isso. Se a gente aprender isso, a gente pode aprender qualquer coisa na vida.
A: A gente é pra colocar agora qual?

Transcrição 11



Cláudia: Onde você tem que ir?
A: Agora tem que ver.
A olha na ficha que foi entregue no início do encontro.
Cláudia: Então vai. Vá em? Onde você tem que ir aí, que está escrito?
M: Modelo.
Cláudia: Modelo, e onde que tá o modelo?
M: Abaixa um pouco.
Cláudia: Aí, não, não. Tá em cima.
M: (apontando a tela) Aqui, modelo.
Cláudia: Vai em modelo. Aí, é aqui, nesse monte de coisa louca que tem aí, entendeu?
A: Tem tudo aqui, né?
Cláudia: Se a gente, olha só. Se a gente. Deixo descer um pouquinho, mexer, tirar uma coisa. Isso aqui é a programação do blog, que a gente não usa.
A faz sinal positivo com a cabeça.
Cláudia: É, a gente chama isso aqui de linguagem HTML, que é a linguagem de programação da internet., tá? Que a gente não precisa saber isso. Mas a gente precisa ter uma idéia do que que a gente vai usar. Oh, aqui, pra colocar link é por aqui, não tem outro jeito. Eles podiam... É lá embaixo, esquece tudo isso, vai lá no final. É fácil de achar, olha só. Olha aqui. É aqui.
A: É onde que tá escrito tudo isso, né? (inaudível)
Cláudia: Você tá vendo que é bem lá embaixo. Só pra gente saber onde fica.
A: Bem aqui, né? Esses três primeiros.
Cláudia: Esse é o do Google, lembra?Lembra que era o Google News. Esse era o Leia Livro. Olha o que eu fiz, eu pus um endereço aqui, e aqui eu pus o nome. Então o que que nós vamos fazer. Olha só. Nós vamos substituir isso. Opa, não é isso tudo não. Nós vamos substituir até, tudo isso daqui.
A: Até esses dez?
Cláudia: É. Tudo isso aqui. Até chegar no... Não eu vou substituir. Eu errei uma co.. Não eu errei. Nós vamos substituir mais uma coisa.
A: Aqui.
Cláudia: Nós vamos substituir daqui. Fazer o seguinte, invés de pintar assim, porque o mouse não tá bom. A gente vai deletando, ó? Vou deletar...
A: Aí.
Cláudia: Até o 110. Vou ver se é o 110. Pera um pouquinho.
A: É.
Cláudia: Eu deixo, agora você vai por o endereço. Põe o endereço.
A: Cadê o endereço?
Y: Cláudia?
Cláudia: Não tá conseguindo? Tem que ser aí, eu já volto.
M levanta e vai pegar o endereço. Conversa continua e Cláudia se afasta, vai ver o outro grupo.
M: É o do Famigerados, né?
A: Primeiro é o outro. (inaudível)
M: É www ponto cronópios ponto com ponto br. (A digita enquanto M dita o endereço do site).
A: Tem que escrever devagar. Calma.
M. Ponto com ponto br.
A: Eu sei, escrever devagar.
A: Oh, Cláudia.
M: Já escrevemos.
A: Depois de colocar o site faz o que?
Cláudia: Peraí, peraí. Tô indo ai. Deixa eu ver se consigo só entrar.
A: Precisa de barra depois do ponto com ponto br?
Cláudia continua a ajudar o outro grupo.

Transcrição 10



Cláudia: O que é isso?
R: É um site.
Cláudia: Mas é um blog?
R: Não.
Cláudia: O que é isso?
R: É um site de literatura.
Cláudia: E como que a gente veio parar aí?
R: A gente apertou em link.
Cláudia: Então volta lá no nosso blog.
R volta no blog.
Cláudia: O que que tem de diferente que nunca teve, e é a primeira vez que tem.
A: (mostra algo na tela) É aqui na postagem.
R: Na postagem. O link.
Cláudia: É um link. É um link. Então ó, tem duas formas de você colocar link. Desse jeito.
R: Esse é melhor.
Cláudia: Não, a questão não é ser melhor. São coisas diferentes. Este aqui, sobe R. (R sobe na tela do computador). São coisas diferentes. Por que eu coloquei este link aqui, e não coloquei e não coloquei ali naquela lateral?
R: Porque ... (inaudível) e essa postagem não fala de (inaudível).
Cláudia: Essa postagem fala de que?
Cláudia: De blog, de literatura infanto-juvenil, que é o nosso blog. Então achei que era interessante colocar nela um link. Então é alguma coisa que... é isso que agora a gente vai começar a fazer. Por que o nosso blog, o que que ele, não, não, não, não, o que que ele tá parecendo, ele parece um caderno. Um cadernão.
A faz sinal positivo com a cabeça.
Cláudia: Um cadernão que tá aí, né?
R: Um caderno virtual.
Cláudia: Agora, a gente vai começar a incluir movimento nesse blog. Com link, com coisa de vídeo. Esse semestre é só isso. A gente dançar no blog, vai dançar um pouquinho.
Y: É muito chato. Eu não danço bem não.
Cláudia: Dançando um pouco. Então nós vamos mais pra frente aprender a fazer isso. Hoje nós vamos aprender. Desce um pouco. Nós vamos aprender a fazer isso daqui.
Y: Tudo isso?
R: Não tudo, né?
Cláudia: Então olha só, é só clicar nos links. Por que será que tem uma seção do lado direito escrito links. O que será que a gente põe ai?
R: Aonde? Aqui?
Cláudia: Essa aí.
R: Aqui. Sites de literatura infanto-juvenil e sites que podem, é, indicar livros infanto-juvenil, juvenil, infantil.
Cláudia: Sites que sejam interessantes pro assunto do blog. Se o blog for sobre comida Chinesa.
R: Um site de comida chinesa.
Cláudia: Eu vou colocar um site sobre literatura infantil?
R: Não é do assunto.
R: Não.
M: Não.
Cláudia: Vou colocar o que?
A e R: Um site de comida chinesa.
Cláudia: Comida chinesa, cultura chinesa.
A: Cardápio.
Cláudia: Roupas da China, palavras chinesas, sei lá. Coisas que tenham a ver. No nosso blog a gente vai por dentro de que?
R: De literatura infantil.
Cláudia: Ou de literatura em geral, ou de coisas que tenham a ver com o que a gente fala. Com o que a gente trabalha no blog, certo? Nós vamos tentar, eu preciso de um link. Pra eu poder ensinar vocês a colocar um link aí, eu preciso de um link. Vocês vão ter que arrumar um link pra mim. Pra gente aprender a colocar ele. Então vamos lá, vamos nos dividir em dois computadores, e como a gente vai conseguir um link?
A: Embora, M. Procurando no Google.
R: A gente pode procurar links.
Cláudia: Ah, eu nem preciso falar nada. Eu nem preciso ensinar.

Transcrição 9



Cláudia: Você comentou outra vez comigo, Ana, que o blog tava sendo usado em outras bibliotecas. É isso, a gente tem registro disso?
Ana: Não, não, não. Ele tá no link da Secretaria da Cultura. Você já viu o site da biblioteca?
Cláudia: Não, não.
Ana: Eu tenho marcado. Depois vocês entram lá, vocês entram, eu vou com vocês lá, a gente vai ver. O blog está na página, inclusive na página de (inaudível)
Cláudia: E você acha que (inaudível). E as pessoas estão consultando? (inaudível)
Ana: É, tem alguns comentários de gente oferecendo projetos ligados a blog e (inaudível) outras atividades. Então assim, tá há pouco tempo, na verdade isso é coisa do final do ano.
Cláudia: É.
Ana: E aqui, agora é que começa a ... (inaudível)
Cláudia: Precisa divulgar mais, né?

Fase 2

Pesquisa - Fase 2
Prática do uso do blog
A segunda fase, ou prática do uso do blog, aconteceu durante os quinze encontros que ocorreram entre fevereiro e junho de 2007. Novos dados foram coletados tendo por objetivo mediar e dialogar com a fundamentação teórica, e com a experiência que como pesquisadora atuante. Nesta fase, os participantes, já familiarizados com a nova tecnologia puderam por em prática os conhecimentos previamente adquiridos na primeira etapa.

Transcrição 8




Cláudia: Vocês acham que a gente pode usar no blog, ao invés de escrever você, a gente pode escrever vc?
R: Eu ia escrever isso, mas achei que ia ficar muito jovem.
Cláudia: E ai, vocês acham que pode?
T: (faz uma careta) Vc?
R: Eu acho que pode, mas às vezes as pessoas não sabem.
Cláudia: Tá bom, se vocês estão dizendo isso, tá bom. O que você acha, Y?
Y: Sei lá.
Cláudia: Como assim, eu sei lá?
Y: O que vocês escolher (sic) tá bom.
R: Eu acho que vc fica mais legal.
Cláudia: Então eu vou filmar vocês falando isso.
Cláudia: Você acha que no blog, quando a gente for fazer pergunta pra Eva Furnari, a gente pode usar o vc ao invés de escrever.
A: Não.
Cláudia: Por que não?
A: Por que isso é em gíria de Internet.
Cláudia: Hã... e o blog é onde?
A: Na Internet.
Cláudia: E não pode?
A: Não pra uma escritora.
Cláudia: Não pra uma escritora? E se não fosse uma escritora?
A: Aí também não podia, por modos.
Cláudia: Como assim?
A: De comportamento. Porque isso é errado.
Cláudia: É errado? Tá bom.
Cláudia: Você acha, M, que a gente pode colocar no blog, vc ao invés de escrever você?
M: Pode, pode, mas e se vai mandar uma mensagem pra uma autora, uma escritora.
Cláudia: E? E isso é bom ou é ruim? O que você acha?
M: Não, é bom também. Mas eu acho melhor colocar vocês porque vai mandar pra uma escritora de livros, ela escreve livro. Então acho melhor colocar certo.
Cláudia: E se fosse? Ah, porque, o vc é errado?
M: Não, mas é porque eu acho que é você a palavra inteira.
Cláudia: Você acha, o que que você acha sobre escrever a palavra... vc?
R: Como você.
Cláudia: Ao invés de escrever você na postagem pra Eva. O que você acha?
R: Eu acho que fica mais fácil porque a pessoa escreve você mas também por um lado é ruim porque muitas pessoas, você vai escrever você, e não sabe que é você. E daí fica falando: o que é você? O que é vc, né?
Cláudia: O que é vc. Então, resumindo.
R: É, eu acho.
Cláudia: Vamos colocar o vc para a Eva Furnari?
R: Eu acho melhor por vc, mas...
Cláudia: Vc.
Y: Ele colocou você.
Cláudia: Você acha, afinal, que a gente pode escrever vc ao invés de você pra Eva, na postagem pra Eva no blog?
K: Acho que sim.
Cláudia: Por quê?
K: É assim, é informal.
Cláudia: Uhuh.
K: E você, bom, na Internet, assim, a gente trata as pessoas igual, assim, então, você é genérico.
Cláudia: Genérico? Adorei, tá bom.
K: É genérico.
Cláudia: Jóia, K.
Cláudia: Y, você acha que a gente pode escrever vc ao invés de escrever você, no blog?
Y: Acho.
Cláudia: Por quê?
Y: Ah, porque assim, nós estamos mandando, claro que vai entender, por causa de que (sic) quando a gente manda uma mensagem pra alguém, até quando eu vou mandar uma mensagem pro meu irmão, eu vou lá e escrevo, vc e não você.
Cláudia: Uhuh. Então, nós podemos fazer isso.
Y: Pode.
Cláudia: S, conta pra mim. Você acha que a gente pode escrever no blog vc, ao invés de, no nosso blog, tá? Que é o blog literário, ao invés de você?
S: (pensativa) Ah, eu acho que dá no mesmo.
Cláudia: Por quê?
S: Porque ... são jovens, crianças, não somos adultas pra ... sei lá.
Cláudia: E se fossem adultos.
S: Aí...
Cláudia: Eu sou adulto. Eu sou uma adulta.
S: Ah, aí eu não sei , é... Sei lá, acho que vc tá combinando.
Cláudia: Tá combinando?
S: É.
Cláudia: Tá bom.

Transcrição 7



Escrevendo um agradecimento a José Arrabal para postar no blog.
M: Enriqueceu-nos. Não, Enriqueceu-nos.
K: Aqui, ó, ela colocou nos enriqueceu.
M: É, é nos enriqueceu.
K: Só que.
M: Oh, nos aqui. (e mostra na tela)

K e M sorriem.
K: Mas vai ficar errado, entendeu? É que...
M: (inaudível)
M: É, é, vamos ler o que está escrito.
K: Não, não, não, não.
M: Apago.
K: Não apaga não. Não precisa. Sua presença enriqueceu-nos.
M: Nos enriqueceu.
K: Sua presença nos enriqueceu.
M fica em dúvida e olha para mim como se esperasse uma resposta minha confirmando suas convicções.

Cláudia: O que você acha disso, K?
K: Ah, acho que deveria ser enriqueceu-nos.
M: Tanto faz.
K e M riem.
K: Então, sua presença nos enriqueceu.
Cláudia: E aí, vamos pensar, blog é uma linguagem mais acadêmica ou é uma linguagem coloquial?
K: Coloquial.
M: Coloquial.
Cláudia: Coloquial, K, você que é a entendida, que você acha?
K: É coloquial, então vamos colocar nos enriqueceu.
Cláudia: Podemos deixar, você que é a especialista em Letras?
K: Ah, não sei.
Cláudia: Que você acha, M?
M: Ah, eu queria colocar nos enriqueceu.
C: Nos enriqueceu?
Y se aproxima.
Cláudia: Y, temos um problema aqui pra resolver.
Y: O que?
Cláudia: O M escreveu ‘Sua presença nos enriqueceu’, e a K, que é a estudante de Letras, acha que deveria ser ‘Sua presença enriqueceu-nos’, que é uma linguagem mais... poética. E o grupo que vai decidir.
Y: Enriqueceu-nos.
Y vai buscar o CM.
Cláudia: Enriqueceu-nos ou nos enriqueceu? Vocês que vão decidir.
Cláudia: M, explica o problema pra ele.
M: Eu acho que é ‘nos enriqueceu’, e a K acha que é ‘enriqueceu-nos’.
Cláudia: É assim, o correto é enriqueceu-nos. Assim, o formal.
M: É.
Cláudia: Mas no blog, eu tô dizendo, blog é uma linguagem informal, de todos os dias, não é uma coisa assim acadêmica.
K e M concordam, mostrando positivamente com a cabeça.
Cláudia: Então nós precisamos decidir, os dois estão certos, um é mais informal, e o outro é mais formal. Precisamos decidir.
M: (confiante) Então põe enriqueceu-nos, mesmo.K não parece ter certeza.
Cláudia: Enriqueceu-nos? CM, o que você acha?
CM: (inaudível)
M: Tanto faz.Põe aí enriqueceu-nos.
Cláudia: Peraí, nós precisamos fazer uma votação. Quem quer nos enriqueceu?
M levanta e abaixa a mão. Y levanta a mão. A levanta a mão, e depois parece mudar de idéia.
A: Ah, não.
Cláudia: Decida.
A: Nos enriqueceu-nos.
Cláudia: Nos enriqueceu-nos não dá.
K: Não dá.
Todos riem.Y continua de mão levantada.
Cláudia: (para Y) E você quer qual?
Y.: Da K.
Cláudia: Da K.
M: Qualquer um.
Cláudia: (para CM) Não, qualquer um não tem, essa opção não tem.
M: Ele é calado.
K: Não.
Cláudia: O da K ou do M?
M está impaciente.
M: Vai o da K mesmo.
K: Se você fosse ler, qual você gostaria? Se vocês fossem ler? E aí, como é que fica mais?
Cláudia: Podemos deixar um, e se depois a gente achar que não tá bom, a gente muda.
M: A gente põe esse que tá aqui mesmo.
Cláudia: A gente pode mudar tudo, não pode? A gente não vive mudando?
M: Pode.
K concorda com a cabeça.

Transcrição 6

Cláudia: Vocês tentaram achar o nosso blog?
S: Não.
Cláudia: Tentem. Vê se vocês conseguem.
S digita algo.A: Não é Jovens na Belmonte?
S: É.
S continua a digitar.
A: Não é tudo junto?
S: Ah, pode ser.
Cláudia: E aí, chegaram lá?
S: Ah!
Cláudia: Agora troca um pouco com o CM, deixa o CM sentar um pouquinho. Depois o A.
A: Vai, vai lá, CM.
CM não parece querer ir para o computador.
Cláudia: Não quer? Não? Você quer observar por enquanto? Tá bom.
A senta em frente ao computador.
Cláudia: (com ironia) Ele também não quer ir pro computador, ele não gosta disso.
A e CM sorriem. A continua a navegar. CM e S observam.
Cláudia: O que que vocês estão pesquisando?
S: Nosso blog.
Cláudia: Vocês acharam?
A: Uhuh.
Cláudia: E vocês deram uma olhada nos comentários, nos comments?
S: O meu não tem nenhum comentário.
Cláudia: Não tem nenhum?
A: E o seu falta colocar upload.
Cláudia: O da S? A gente podia fazer isso agora, não podia?
S balança a cabeça positivamente.
Cláudia: Você quer mexer no seu?
S: Uhuh.
Cláudia: Podemos fazer isso.
A: E aqui ó?
Cláudia: Olha? Que que é isso? O que é esse tal de pesquisa de blogs?
A: Pesquisar blogs prontos.
Cláudia: Isso mesmo. É aí mesmo.
A: (para S) Foi essa a sua pergunta?
S balança a cabeça positivamente.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Transcrição 5




Cláudia: Então, vejam só, ela tava navegando... O que você imagina sobre essa pessoa? O que vocês imaginam? K: Que ela deve gostar de leitura porque ela entrou num blog pedagógico, assim de leitores.
M: Ah, é.
Cláudia: Que mais? Que ela fala, ela diz aqui a questão de problemas.
S: Eu queria saber como as pessoas adivinham blog?
Cláudia: Não, elas não adivinham, elas pesquisam. Nós vamos ter que ter um encontro pra aprender a fazer um pouco de pesquisa no Google. A gente falou disso sábado.
M: É.
A: É.
Cláudia: Eu tô querendo fazer no próximo encontro. Se vocês toparem, a gente no próximo encontro esquece um pouquinho o blog, este trabalho no blog, pra gente entender isso, como que eu faço pra achar coisas interessantes, tá? Porque é assim, como essa pessoa adivinhou o endereço? Num dá, né?
S: É.
Cláudia: É, é, boa pergunta a sua. Então, olha aqui, foi a partir desta postagem, que eu falei assim, gente, esse blog precisa começar a ter vida. Foi essa pessoa que achou a gente.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Transcrição 4

Cláudia: O que é upload, quem tem idéia do que é?
S: Sei lá.
AM: É em inglês.
Cláudia: O que que é download? O que que é download e upload? É um termo em inglês. Que a gente usa muito em português. O que que é download? Ah, eu vou fazer um download de um programa.
AM: Transferir.
K: Baixar.
Cláudia: Baixar. Eu vou fazer download de uma música.
K: Baixar.
S: É baixar.
Cláudia: Se download é baixar, upload é o que?
M: Aumentar.
Cláudia: Vou falar em inglês. Down é pra baixo é up é pra cima. Se download é baixar, upload é...
A vai fazendo um sinal com a mão, fazendo a mão subir.
(Inaudível)
M: É baixar da rede pro computador e do computador pra rede.
Cláudia: Upload é quando você coloca no computador, você vai jogar pra rede. E download é quando você tira da rede. Upload você.. o que que nós vamos fazer. Essa imagem não é minha? Não tá aqui nesse meu CD?
S concorda.
Cláudia: Nós vamos tornar... o meu CD vai tá na casa de todo mundo?
A: Não.
M: Não.
Cláudia: A gente vai tornar isso aqui público. A gente vai jogar isso aqui na rede. Então vamos lá, fazer upload.

Transcrição 3

Cláudia: Isso mesmo. E agora?
Y: A senha.
Cláudia: A senha.
Y: Agora eu aperto aqui, né?
Cláudia: Isso, você põe aí.
Y escreve login e senha para entrar no provedor do blog.
Y: E agora?
Cláudia: E agora, pra onde você vai?
Y entra no provedor do blog corretamente.
Cláudia: Isso Y, legal. É isso mesmo. Aí, aí, não embaixo. Não é no login? Então.
Y: Como ele demora.
Cláudia: Ele demora. Não foi tão demorado, vai, não foi!
Cláudia: Aí, ó! Viu como ela tá craque, já!

Transcrição 2 - (somente áudio)

K: Uma dúvida... quando a gente cria mesmo a postagem que manda pro mundo, a gente não pode depois voltar, pode?
Cláudia: Pode. Posso deletar....

Transcrição 1

A: Aí, você aperta esse (mostrando a tecla Caps Lock), e aperta o D junto.
K: Aperta esse e o D junto.
A: Não, tem que segurar esse. Segura. E aperta o D.
K: Aí.
A: Aí. (Senta como se tivesse cumprido sua tarefa.)
M e T observam.

Fase 1

Pesquisa - Fase 1
Contextualização e Familiarização do uso do blog
A primeira etapa, ou contextualização e familiarização do uso do blog, aconteceu durante os treze encontros que ocorreram entre setembro e dezembro de 2006. Nessa primeira fase, o olhar prático- teórico para a pesquisa orientou o trabalho de campo. Foi uma fase de vivência e formação de vínculos que pudessem garantir um direcionamento teórico para a presente pesquisa. Bibliografia teórica que pudesse embasar os conceitos que permeiam a ação mediada, construção de conhecimento e formação de comunidades de prática foi coletada dando inicio a questionamentos sobre o direcionamento que precisaria ser dado a este projeto de pesquisa. Os participantes entraram em contato com a tecnologia e aprenderam a usar os recursos tecnológicos disponíveis para a construção do blog.

Título da Pesquisa

Título da Pesquisa
Compartilhando e Construindo Conhecimento:
Ação Mediada entre Crianças e Adolescentes no desenvolvimento de
Blog Pedagógico-Literário em uma Biblioteca Pública da Cidade de São Paulo
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Letras Modernas
Programa de Pós-Graduação em Estudos Língüísticos e Literários em Inglês
Cláudia Colla de Amorim