quarta-feira, 2 de julho de 2008
Transcrição 25
Cláudia: Então, eu tô conversando com vocês individualmente pra entender um pouquinho pro que você tá aqui. Então me diz, por que você normalmente vem na biblioteca?
R: Desde pequenininha minha mãe sempre me falou assim, é, sempre me quis pra ler livro. Sempre comprava livro. Eu gosto muito de ler. Na biblioteca a gente aprende mais coisa do que fora. Na biblioteca a gente tem oportunidade, a gente tem oportunidades. Se a gente ficar fora a gente pode ser viciado, a gente pode beber, a gente pode fazer um monte de coisa. Então na biblioteca além da gente aprender a gente pode conhecer mais pessoas e ficar sabendo dos livros bons, livros que são bons mesmo (inaudível).
Cláudia: Você foi convidada pra vir pro blog ou você falou: olha eu fiquei sabendo de um blog, como é que foi?
R: Não, eu fiquei sabendo do programa de leitura, eu gostei da idéia, quis participar, e eu fui convidada pra fazer o blog, me convidaram pra fazer, eu achei que era importante, que era difícil encontrar um blog de cultura popular, de literatura, então eu falei: é uma boa idéia, é uma coisa que eu acho que eu posso incentivar outras pessoas.
Cláudia: Você se dedica bastante, né?
R: É.
Cláudia: E o que você aprendeu nesse quase um ano que a gente tá junto. Porque a gente começou em fim de setembro.
R: Eu aprendi a respeitar os valores das coisas, a respeitar as pessoas, as diferenças dela. Eu aprendi a fazer coisas que eu não sabia no computador. Aprendi bastante coisa aqui.
Cláudia: E você acha que você aprende rápido as coisas de computador?
R: (sorrindo) Aprendo porque eu tenho uma grande influência da minha mãe.
Cláudia: Por quê?
R: Porque a minha mãe, ela sempre trabalhou em banco e em banco você tem que mexer no computador, coisa eletrônica. Então a minha mãe sempre incentivou de mexer no computador. Eu tenho aqueles, eu tinha aqueles computadorzinhos de brinquedo. Então eu aprendi rápido a mexer no computador, a mexer em imagens, essas coisas.
Cláudia: E você tem computador em casa?
R: Não, a minha mãe tá querendo comprar.
Cláudia: E onde você usa o computador?
R: Eu uso ou aqui na biblioteca ou na Lan House ou ali no Poupatempo.
Cláudia: Ah, no Poupatempo?
R: É.
Cláudia: E você vai na Lan House também?
R: Vou, mas só quando eu tenho trabalho pra fazer. Porque no Poupatempo é pouco tempo.
Cláudia: No Poupatempo é de graça, né?
R: É de graça.
Cláudia: E na Lan House quanto custa, você sabe?
R: Um e cinqüenta.
Cláudia: Uma hora?
R: Uma hora.
Cláudia: E o computador é bom na Lan House?
R: É, não é bem uma Lan House, é uma escola de computação, mas eles também têm, eles abrem a vaga pra Internet.
Cláudia: R, e você acha que você, você disse que aprendeu um monte de coisas aqui, sejam coisas de computador, ou coisas de literatura, ou coisas de vida, né? De ser humano, né? Eu fiquei impressionada com o que você falou aqui. É isso mesmo, você aprendeu isso tudo. E você acha que você vai usar alguma coisa disso na sua vida?
R: Vou porque antes eu achava que podia mandar em todo mundo. Porque quando a gente vira uma pessoa mais, mais conhecida na escola, todo mundo faz tudo que você pede, então eu me acostumei com isso.
Cláudia: Uma líder, né?
R: É. Eu não era assim. Foi depois que eu virei amiga de algumas pessoas eu fiquei assim, daí eu parei pra pensar porque as minhas melhores amigas, aquelas verdadeiras amigas eu briguei por elas. Depois das férias eu fiquei pensando, pô, eu briguei com as minhas amigas só pra ser popular, como se dizem...
Cláudia: E de computador, o que você aprendeu?
R: (sorrindo) Eu aprendi a fazer blog, que eu não sabia fazer. Eu aprendi a inserir imagens. Eu sabia fazer aquela coisa simples de Orkut, mas não fazer com imagens como no blog.
Cláudia: E isso, você acha que essas coisas de tecnologia, de computação, você vai usar alguma coisa na sua vida?
R: Vou, porque tudo que a gente aprende a gente usa no futuro. Então eu acho que eu vou usar sim.
Cláudia: Legal. E... deixo pensar mais um pouquinho. Por que você disse que você... eu percebi que você ficou um pouco assustada quando eu disse que cada um ia ser responsável por um blog? Por quê? Não entendi.
R: Eu fiquei um pouco... é que, assim... eu... minha mãe fala e eu não concordo. Eu não sou responsável. Eu acho que eu sou uma pessoa...
Cláudia: Verdade? Nossa, eu não concordo com você.
R: Eu acho que pra poder observar um blog... eu acho que eu não seria a melhor pessoa pra fazer isso.
Cláudia: Mas quando a gente... eu não concordo com você, tá? Eu não concordo. Tenho esse direito, né?
R: Claro.
Cláudia: Mas se você acha isso de você, você vai sentar e dizer: eu não responsável e ponto final?
R: (hesitando) Não.
Cláudia: E o que que você pode fazer pra mudar isso?
R: Eu acho que a gente tem que tentar, eu já tentei fazer um blog, eu já tentei, mas eu não tenho aquele tempo pra poder postar, pra poder fazer link. Eu tenho o tempo aqui na biblioteca porque eu me dedico a isso e eu gosto, né? Mas não tempo livre, porque eu sempre, as vezes o professor manda trabalho, não dá, porque tem que fazer trabalho em grupo, tem que ir pra casa da amiga.
Cláudia: Você está misturando. Isso não tem nada a ver com responsabilidade.
R: Tudo bem, mas eu deixo de ser responsável no blog que eu vou observar, que eu vou ver, então eu..
Cláudia: Eu acho que você deveria se colocar isso como desafio. Você é responsável, sim. Quando a gente fica dizendo isso com a gente mesmo. Ah, eu não sou responsável.
R: Acho que eu sou.
Cláudia: Você é sim. Responsabilidade a gente consegue, a gente... Mas tá bom.
R: Eu vou tentar.
Cláudia: Pensa essa semana, tá?
R: Eu vou pensar.
Cláudia: Na sua escola tem computador?
R: Tem.
Cláudia: Tem um laboratório de informática?
R: Tem.
Cláudia: É, quantos micros tem, você sabe, assim, mais ou menos?
R: Ah, deve ter uns quinze, mais ou menos.
Cláudia: E vocês usam?
R: Usamos.
Cláudia: O que você faz no computador na escola?
R: Com meu professor antigo, a gente.. ele... como que eu posso dizer, ele... ele... em épocas de dia dos pais, ele dava trabalho.
Cláudia: Que trabalhos? Que você faz? Me conta um trabalho.
R: Ele dava... ele pegava um texto pra gente digitar, pra gente, porque e ele dava jogos, pra gente jogar. Ele tinha jogos próprios. Podia entrar na Internet, Orkut, essas coisas.
Cláudia: Mas tem Internet?
R: Tem. Às vezes um ou dois computadores as vezes estão quebrados.
Cláudia: Você acha que as coisas que você faz lá .. vocês trabalham em pares, ou é, ou é..?
R: Às vezes é dupla ou trio. Mas o meu professor antigo saiu. E agora é uma professora do outro colégio do dono. Então ela tá dando mais trabalho. A gente vai começar, a gente tá mexendo na mala direta. A gente tá... tem gente que ainda não sabe mexer no Windows, né? Então a gente tá aprendendo a mexer no computador.
Cláudia: Você acha que as coisas que você faz na sua escola, elas, elas são, elas são divertidas? No computador!
R: (pensativa) No computador?
Cláudia: São criativas?
R: Pode dizer que são criativas, sim.
Cláudia: Os alunos gostam?
R: (sorrindo) Nem todos. Tem todos que preferem MSN, Orkut, jogar. Mas eu acho que a gente vai pra escola, não pra jogar computador. Se você quer jogar, pede pro seu pai comprar computador. Eu acho que a gente vai na escola pra aprender.
Cláudia: E você acha que não se aprende com jogo?
R fica pensativa.
Cláudia: Dá pra aprender alguma coisa com jogo?
R: Depende do jogo. Se for um jogo violento, você vai aprender a ser violento. Se for um jogo educativo você vai aprender a ser... não ser educado, mas a ser , você vai ser educado em mente, mas não por pessoa, talvez até seja, mas você... é um jogo que você pode refletir a mente, eu acho.
Cláudia: Sei, e você acha que teria algum jogo assim?
R fica pensativa.
Cláudia: Existiria a possibilidade de ter um jogo que te ajude a aprender? Dentro da escola? Pra ser usado na escola?
R: (com segurança) Tem.
Cláudia: Tem, né?
R: Bastante jogos.
Cláudia: E você acha que os professores podiam fazer um uso mais criativo do computador na escola?
R: Eu acho que .. (hesitando), é eu acho que não porque a minha professora de informática é mais rígida, ela quer.. ela usa apostila que o Objetivo dá, então eu acho que ela quer ensinar pra gente, claro que todos querem ensinar pra gente, então, acho que ser criativa ela seria, mas não no sentido de, pra brincar, seria criativa pra trabalhar.
Cláudia: Com certeza, pra trabalhar, tem que aprender.
R: É claro.
Cláudia: Até brincando.
R: Até brincando, ela ... (inaudível)
Cláudia: Se aprende muito brincando, sabia?
R balança a cabeça positivamente.
Cláudia: O R, e alguém com blog na escola? Algum professor que trabalha com blog?
R: (hesitando) Se não me engano... eu não sei direito, como que é, se algum professor tem, mas se eu não me engano, acho que nenhum tem.
Cláudia: E você acha que dá pra usar na escola, você imagina, por exemplo, matemática, ciências, algum professor trabalhando com blog com os alunos, como a gente faz aqui?
R fica pensativa.
Cláudia: Por exemplo, isso que a gente faz aqui, você acha que dá pra fazer na escola.
R: Não.
Cláudia: Por quê não?
R: Até daria, mas é uma coisa mais difícil de você ter que explicar, daí ficaria uma coisa muito, muito cientificamente correto. Acho que o blog é, a gente tem que ser correto, mas não cientificamente correto. Tem que ser uma coisa que as pessoas entendam, que não que elas fiquem com dúvida, pra justamente a gente, o blog, a gente aprende e a gente tira dúvidas, a gente...
Cláudia: Na escola não dá pra fazer isso?
R: Sim, dá, mas fica difícil.
Cláudia: Por quê?
R: Não sei.
Cláudia: Por exemplo, a professora de português, você acha que ela podia montar um blog e...
R: Eu acho...
Cláudia: E os alunos irem lá postar.
R: Eu acho. A professora de português eu acho, a professora de inglês.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário